quarta-feira, 1 de maio de 2013

Manifesto em prol ao Casamento Homoafetivo





Sou hétero, e compreendo que o casamento simboliza o ato primeiro da humanidade rumo ao progresso moral; este celebra o princípio da solidariedade fraternal, ou seja, a união verdadeira que traduz o sentimento indefinido por palavras, o amor, que se revela pela convivência harmônica do casal; e isto é independente de sua orientação sexual, religiosa, ideológica etc. Pois o amor é um sentimento que atinge a todas as raças do mundo animal, seja ele: racional, ou não.

Negar um Direito inerente a natureza do ser humano é retroceder ao primitivismo, é rebaixar o homem social abaixo de certos animais que são exemplos de uniões constantes celebradas através do instinto irracional - contrário ao amor humano pelo humano. Com dito, o homem, sendo um ser social, é natural que haja um princípio dual em seu íntimo; me refiro ao seu instinto sexual, aquele capaz de aproxima-lo ao animal irracional - entretanto, há também de natural a sua pessoa a racionalidade que rompe com a efemeridade dos prazeres carnais em face do ânimo puro que é o encontro de duas almas dispostas a constituírem uma família. Isto sem duvida me parece muito certo e está de acordo com a ordem natural da evolução da humanidade.

Não gostaria de adentrar em conceitos dogmáticos existentes na sociedade, fruto das tradições religiosas que se apegarem aos estudos de escrituras arcaícas que muito tem a dizer, porém, sem clareza suficiente para que o homem possa toma-la em sua pureza. O mero esforço que fora feito ao longo dos séculos, a tentativa de interpretar textos que supostamente tenham sido escritos por uma divindade superior deveras causaram mais desencontros que encontros. Em outras palavras, mais destruiu, que construiu.

Sendo a função do homem o progresso, frizo apenas um único argumento para tentar desvencilhar qualquer tentativa de contrariar a ideia da união homoafetiva por meio de argumentos dogmáticos feito pelo homem ao seu mero gozo intelectivo: se Deus, segundo a escritura bíblica, disse que o homem nasceu para a mulher e a mesma para ele, é certo afirmar que se trata do princípio da continuidade da raça humana. Há também a ideia que está contida na escritura de que "os afeminados não adentrarão ao reino dos céus. Mas quem escreveu isso? Deus? Se bem me lembro, ao longo da nossa história, a igreja com sua vaidade muito peculiar em tempos arcaicos, reformulou as escrituras ao seu bel prazer no intuito de manter a unidade social/educacional e também o poder político em suas mãos - tudo em prol do poder.

Portanto, não tenho receio de me equivocar ao dizer que a bíblia, assim como as constituições federais que conhecemos nos moldes da nossa atualidade, sofreu, ao longo do tempo, modificações tidas como "necessárias" por aqueles que a detiveram como um instrumento de centralização do poder. O que podemos então concluir de tudo isso, de maneira que possamos associar, o social evolutivo, ao dogma conservador do passado arraigado na cultura das nações? - peguemos o princípio que se faz vivo em toda sociedade que caminha rumo à evolução moral, bem como, está inerente as escrituras filosóficas das religiões: o princípio do amor, da união e do respeito ao próximo.

Encarando estas três palavras (amor, união e respeito) como a norma máxima para o convívio social, certamente haverá o entendimento de que o preconceito nasce a partir do momento em que não aceitamos o nosso próximo da maneira em que ele se representa ao mundo - identico a mim (como ser humano) diferente apenas em suas escolhas, que no final, não interferem no meu Direito. Um casal homossexual não interfere em nada na evolução social, muito pelo contrário, ele atinge uma evolução pessoal, se igualando a normalidade presente desde o princípio aos que são héteros. Devemos pensar no amor, devemos crer que está união homoafetiva representa o rompimento do barbarismo da humanidade. Muitos héteros vivem pelo sexo, pelo prazer, pelo o que é mundano e efêmero, esquecendo-se do amor, do respeito e da união fraternal que é o primeiro passo para a constituição de uma família.

E este mal causado, no mais das vezes, geram inocentes que nascem de aventuras sexuais e que, no final, acabam sendo abandonados em orfanatos, e na pior das hipóteses, abandonados em qualquer lugar, longe da segurança, ou abortados antes mesmo de se formarem no reino da vida intra-uterina. Estamos na era de quebrar com os preconceitos, dar oportunidades de novas famílias ressurgirem em meio as desgraças que se abatem.

Devemos ter a certeza de que estamos agindo de acordo com a sabedoria que nos move em direção a paz social surge quando há superação mutua na missão de quebrar os tabus que se arrastam à margem da sombra da Evolução que desperta no horizonte, nos chamando para avançar; assim como o sol que rompe por detrás da imensidão das montanhas, num amanhecer celestial que anuncia a chegada de um Novo dia. Um novo dia para superarmos nossos preconceitos e pensarmos na vida, no amor e na paz da nossa sociedade.

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